quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

momentos obrigatórios de reflexão


Quando algum mal súbito ou doença nos atinge, é natural que tenhamos muitos milhares de minutos a reflectir sobre tudo o que nos rodeia. A fraqueza física leva a uma maior fragilidade emocional e encontramo-nos num ponto estranho e caricato onde nada faz sentido e onde tudo está a rodar a nossa volta.


Enquanto a febre, tosse, infecções, dores e outros sintomas persistem, só podemos tentar manter a calma e deixar que o tempo e os medicamentos façam o seu percurso. O grande desafio para mim, é a sensação de que estou a perder tempo e que a minha paragem é quase uma ofensa contra esse universo em movimento a minha volta.


Depois de 4 dias de um princípio de pneumonia, começo a voltar a minha realidade. Aprendo que, mais uma vez, quando o corpo precisa fazer uma travagem, não vale a pena lutar, e sim manter a tranquilidade para que eu tenha as forças e a clareza necessárias para colocar tudo em andamento outra vez. Mais uma vez um grande teste a minha falta de paciência. He, he...

2 comentários:

Nuno Gusmão disse...

Pois é meu querido Amigo, o corpo tem sempre razão, mas nós insistimos em contrariá-lo. Logo nós que pretendemos conhecer o corpo, que trabalhamos o corpo dos outros e que usamos o nosso corpo como instrumento de trabalho.
Espero que que esse momento de reflexão forçada não se repita muitas vezes porque, apesar de ter a haver com as razões do corpo, é uma grande chatice... Talvez tenha sido uma paragem premonitória... antes de um grande período de mudança que está a acontecer neste momento na tua vida (na nossa vida, espero!).
Um beijo grande
P.s. Gosto bastante mais deste Mauro que reconhece que tem pouca paciência e que tem que saber parar e que é muito humilde. Mas, só quem é muito inteligente tem o tipo de humildade que tu revelas. Parabéns

Eduardo Nobre disse...

Mesmo tendo se passado muito tempo, tenho hoje a oportunidade de poder escrever sobre o que penso ao ter lido a respeito desta "fase"!
Vc, Mauro, sempre foi meu "dínamo inspirador"!
Inquieto e instigante, corajoso e invejável, sempre lançou-se no mundo como se o próprio fosse um vácuo onde tudo é permitido desde que haja a perseverança. Quando estou desanimado, nos últimos quase 30 anos me pergunto: "_E se fosse o Mauro? Como reagiria? O que faria?" Então me vem a resposta: não páre, Edu! Go ahead! Meu querido de sempre, Mauro: se a pausa se fez obrigatória é porque o seu corpo parou para que seu "eu interno" se reorganize para mais uma empreitada que é uma coisa inevitável em vc! Um pouco de paciência obrigatória, parada forçada, pode ser o ingrediente que lhe trará as condições exatas para que vc se projete de forma mais madura em seus projetos! Aproveite-a! Nada é para sempre. Mas sua determinação é e sempre será imortal! Confio em vc e na sua capacidade! Sempre... Beijos pra vc, com saudades e prazer de ter te reencontrado um pouco,
Eduardo fucinho, rsrsrs.